sábado, 29 de maio de 2010

Rosalba adota discurso para atrair voto dos eleitores de Dilma Rousseff

A senadora do DEM se referiu à ditadura militar que vigorou de 1964 a 1985 como período de "arbitrariedades" e "injustiças".

Espelhados nos candidatos ao Planalto, os políticos potiguares começaram a recorrer à ditadura militar em seus discursos, para tentar convencer o eleitor da participação deles na luta contra o regime de exceção que vigorou no país de 1964 a 1985.

O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) e o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), por exemplo, aproveitaram a comemoração dos 40 anos de vida pública deles, ontem, para lembrar o público da militância de ambos contra o governo dos generais.

Já a senadora Rosalba Ciarlini (DEM), pré-candidata a governadora, se referiu à ditadura como uma época de “arbitrariedades” e “injustiças”. O que chama atenção nas declarações da democrata é o fato dela ser filiada a um partido que apoiou e deu sustentação ao golpe que depôs o presidente João Goulart.

Na época da “revolução”, termo usado pela senadora para se referir ao golpe, o partido atendia pelo nome de Arena (Aliança Renovadora Nacional), legenda que deu ampla sustentação ao novo governo. Mais tarde a Arena deu lugar ao PDS (Partido Democrático Social), de onde saiu anos depois o PFL (Partido da Frente Liberal).

Em 2007, os liberais refundaram o partido de centro-direita, que passou a se chamar Democratas (DEM).

Rosalba se disse orgulhosa pelo fato do antigo PFL ter “ajudado a eleger o primeiro presidente civil após a revolução de 1964”. “[A eleição de Tancredo Neves] Não foi pelo voto direto, mas já representava uma grande abertura democrática, [construída] devido ao PFL, ao PMDB e a muitos partidos”, comentou.

A eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral marcou, justamente, a cisão no antigo PDS, que daria origem ao PFL. O PDS lançara a candidatura de Paulo Maluf, mas uma dissidência no partido fundou a Frente Liberal e declarou apoio ao PMDB e a Tancredo Neves.

Rosalba destacou que, atualmente, o país vive o “pleno estágio da democracia”, em que impera “o respeito à liberdade e à ideologia de cada um”.

A menção à luta contra a ditadura militar não é por acaso. Rosalba tenta, com isso, conquistar votos entre os simpatizantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os eleitores da ex-ministra Dilma Rousseff (PT), que atuou em movimentos armados de esquerda e chegou a ser presa e torturada pelos comandantes do regime.


Fonte: nominuto.com