quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cresce o número de cheques sem fundos no país

O brasileiro deu mais calote no cheque no primeiro semestre deste ano do que no ano passado. Mais de 9,844 milhões de borrachudos foram passados, enquanto 508,82 milhões foram compensados, o que significa que 1,93% do total foi devolvido entre janeiro e junho. Essa porcentagem é a maior desde o primeiro semestre de 2009, quando 2,3% de todos os cheques passados voltaram sem fundos.

Uma pesquisa da empresa de análise de crédito Serasa Experian, divulgada nesta quarta-feira (20), mostra que o brasileiro se endividou mais e não está conseguindo quitar alguns débitos. A boa notícia é que o consumidor está apelando menos a esse meio de pagamento.

De janeiro a junho deste ano, circularam 518,66 milhões de cheques (compensados ou não). No mesmo período do ano passado, foram 571 milhões. Desse total visto no primeiro semestre de 2010, 10,5 milhões voltaram (1,87%).

Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa Experian, explica que os números ainda não são tão preocupantes porque o consumidor tem diminuído o uso do cheque. Ele diz que o cartão de crédito, pela facilidade, tem dominado a preferência das compras – e do calote – do consumidor.

- O brasileiro tem dado menos cheque porque prefere o cartão de crédito. O cartão permite o pagamento da fatura mínima, e o cheque não. Mas o rotativo é um perigo tanto quanto o calote no cheque.

O cartão é a modalidade de crédito mais cara do mercado, segundo uma pesquisa da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade). O rotativo tem juros de 10,69% ao mês (ou 238,30% ao ano). Isso significa que se o cliente tinha uma dívida de R$ 300 no rotativo em junho do ano passado, em maio deste ano ele veria essa conta passar para R$ 1.014,90.

O pré-datado é considerada uma compra à vista, por isso não cobra juros, explica o economista da Serasa.

- Se o consumidor tem uma boa educação financeira, ele pode ir para o cartão desde que pague tudo em dia sem usar o rotativo. O mesmo para o cheque. O pré-datado é um ótimo meio de pagamento porque o lojista não paga taxa em cima, mas o problema é a avaliação de risco. Em nenhum lugar do mundo o comércio financia o cliente só olhando identidade. Não existe venda a prazo só com RG.

Do r7